A genealogia e suas surpresas: mais um amigo com laços de parentesco!

abril 22, 2024

Era um dia qualquer do ano 1750.

José Luis de Souza Soares e sua esposa Isabel do Espírito Santo, viviam suas vidas tranquilas mas de muito trabalho na Ilha do #Faial, nos #Açores, pertencente ao Reino de #Portugal.

No mesmo ano de 1750, na #ilhaTerceira (cerca de 100km à leste da Ilha do Faial) do mesmo arquipélago dos Açores, nascia Francisco Coelho Gomes e na Ilha da Graciosa (sim, tudo nos Açores), sua futura esposa, Rosa Mariana Ignacia de Jesus.

O que estes dois casais têm em comum, além de serem açorianos?

Ambos são meus antepassados de 8º e 7º grau respectivamente, e, neste domingo, meu amigo de infância Paulo Roberto Vieira Júnior descobriu (através do #FamilySearch) que somos parentes por um destes casais (Francisco e Rosa).

Depois, com estes dados, acabei descobrindo que éramos parentes por outro ramo (José e Isabel)!!

O José Luis de Sousa Tavares e Isabel do Espírito Santo vindo pelo ramo do pai do Paulo através de seu avô paterno Arlindo Vieira e, no meu ramo, pela minha avó paterna Benta Simas Mafra.

Já o casal Francisco Coelho Gomes e Rosa Mariana Ignacia de Jesus chegaram até nós pelos respectivos cônjuges dos nossos avós paternos, Elvira Analina Regis pelo Paulo e Aristides Mafra no meu.

Todos eles iriam, em muito breve, emigrar para o Brasil, aportando no nosso litoral catarinense, na região de Florianópolis, onde dariam continuidade a suas vidas e onde essa teia da #genealogia nos encontraria séculos depois.

Imaginariam aquelas pessoas do século XVIII nas remotas ilhas dos Açores que seus descendentes travariam amizade ou, até, estariam vivendo tão próximos uns dos outros num litoral distante 7500 km, aqui em Itajaí?

Claro que não imaginariam, mas, a nós, seus descendentes, vale a lembrança destas linhas que se cruzam no tempo e no espaço.

E é o que sempre digo, tendo uma boa pesquisa de sua árvore genealógica, dificilmente pessoas que vivem em regiões próximas e têm descendências de mesmos países, não vão achar parentesco em algum de seus ramos. No caso do Paulo e eu, achamos até DOIS ramos, o que é mais difícil.

(assim que postei a foto percebi que eu e o Paulo estávamos no Colégio Fayal — onde nos conhecemos e estudamos –, uma feliz coincidência com um dos pontos geográficos citados no texto sobre a nossa genealogia)

Os Cunhas do Arraial dos Cunhas

abril 22, 2024

Continuando uma pesquisa genealógica, fiquei intrigado com um sobrenome que já tinha visto, mas não tinha ido mais fundo.

E, olhando no Itajaipedia (site sobre Itajaí, criado e mantido pelo Magru Floriano), descubro que sou tetraneto dos fundadores do bairro chamado Arraial dos Cunhas (que fica entre a Itaiapava e KM12 e o bairro Brilhante, na zona rural da cidade), João e Leonor!

João Antônio da Cunha (1815-1901) e Leonor Maria da Silva (1823-1902), descendentes de emigrantes de Portugal tiveram a filha Veríssima Leonor da Cunha, que casou com José Cypriano Custódio (meus trisavós) e estes são pais da minha bisavó Ana Veríssima Custódio, casada com Francisco Celso Mafra, depois vem meu avô Aristides Mafra, e finalmente meu pai, Nivaldo Mafra e eu.

Um outro fato que tem me chamado a atenção, é que mesmo com outros colonos de países como Itália estarem na região, nos meus ramos genealógicos, praticamente não há essa mistura. De todo os ramos que tenho pesquisado, no máximo, um quinto-avô alemão entre os quase 32 quintos-avós que tenho.

Provavelmente, algo da época, onde as famílias evitavam misturar-se com pessoas vindas de outras etnias/países.

João Dias de Arzão, meu antepassado

janeiro 12, 2024

Sempre tive um sentimento muito forte de pertencimento à cidade onde nasci e vivo até hoje, Itajaí. Obviamente, estes sentimentos são construídos ao longo da nossa vida, sejam eles por motivos que fossem.
Não acredito que eles estejam ali por algum outro motivo que não esses.
Talvez por sempre escutar as conversas sobre a “antiguidade da nossa família [Mafra]” aqui em Itajaí e em SC e gostar desse tema — ainda na adolescência, minha tia Neuza esteve visitando a Vila de Mafra em Portugal, e acabou nas minhas mãos um quadro dessa vila que pendurei em cima da minha cama.

Daí então, vieram estas minhas pesquisas e descubro que, além do Mafra, que estão por Itajaí desde, pelo menos, 1800 e pouco (em 1860 meu tetra-avô era vereador na primeira legislação da cidade), descubro que no ramo dos Borba, por parte materna, também no começo do século XIX, já se instalavam em Itajaí (mais precisamente, onde é hoje a Praia Brava) — minhas duas avós (das famílias Simas e Campos da Silva) nasceram na região de grande Florianópolis e vieram para Itajaí ainda pequenas.

Sempre também gostei muito de História, então, pode ser daí essa tal noção de pertencimento, sei lá.
E isso inclui minha curiosidade sobre meus ascendentes e as pesquisas (bem básicas) que faço sobre a minha genealogia, que já encontrou fatos muito interessantes, como amigos e conhecidos de décadas que também são parentes.

Agora, destrinchando um dos ramos que achava mais complicados, o da minha bisavó (por parte do meu avô materno) Amélia Miranda (a última que faltava para completar, com certeza, TODOS os meus trisavós — e faltando pouco pra nominar todos os tetra-avós), acabei chegando (segundo o FamilySearch) em um dos nominados FUNDADORES de Itajaí (sim, eu conheço as discussões acaloradas e de muitas décadas sobre “quem é realmente o fundador de Itajaí se é que ele existe possa ser nominado“), João Dias de Arzão, meu 9º avô (*)! João teria requerido terras em Itajaí em 1658!! Antes disso, ajudou a fundar a terceira cidade mais antiga do Brasil, São Francisco do Sul, no norte de Santa Catarina.

Então, vamos a mais essa árvore genealógica, com base em informações do FamilySearch (interessante notar que através do João Dias de Arzão também se chega num antepassado ao qual já tinha encontrado por outro ramo familiar, o famoso líder indígena Piquerobi (irmão do famoso Tibiriçá, que se aliou aos portugueses e, anos depois, traindo sua gente, matou Piquerobi, quando Piquerobi tentou atacar os portugueses na Guerra de Piratininga):

1. João Dias de Arzão e Maria Pedrosa
2. João Dias de Arzão e Maria Francisca do Rosário
3. Mathias Dias de Arzão e Isabel Rosa Nunes da Silva
4. Luiz Dias de Arzão e Joana Pinheiro Veloso
5. Ângelo Dias de Arzão e Alexandrina Maria da Conceição
6. Adão Ângelo de Arzão e Vicenza Rosa de Jesus
7. Manoel Vicenço de Miranda e Anna Dias
8. Paulo Bernardino Borba e Amélia Miranda
9. Pedro Borba e Rute Campos da Silva
10. Nivaldo Mafra e Rosimare Borba
11. Rômulo Mafra

(*) Há também uma discussão histórica se seria o PRIMEIRO ou o SEGUNDO João Dias de Arzão o tal constado como requerente da primeira sesmaria de Itajaí, conforme se lê na página 33 do livro de Magru Floriano “A Fundação de Itajaí – Historiografia anotada e comentada“, de 2018, disponível em PDF gratuitamente neste link. Portanto, pode ser que o verdadeira João Dias de Arzão dessa sesmaria seja meu 8º avô, conhecido como “o Moço”.

Leituras de 2023!

dezembro 30, 2023

e vamos à publicação tradicional deste blogueiro há alguns bons anos!
antes de começar, estou indo para a parte final do livro “Afrodite“, de Pierre Loüys, mas, não devo terminá-lo até amanhã, então, ficará pra lista do ano que vem. no total, li 24 livros neste ano (sem contar as HQs aqui também listadas). dez a menos que em 2022 e 3 a mais que 2021. segundo o Skoob, estou prestes a chegar no próximo ano às 130 mil páginas lidas e 550 livros devorados!! 🙂

As veias abertas da América Latina – Eduardo Galeano
Triste fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto
Onde estará a primavera – Anderson Bernardes, Rebeca Maia, Marcelo Nunes
A Saga da Liga da Justiça 4 – Grant Morrison
A Saga da Liga da Justiça 5 – Grant Morrison
A Saga do Superman 21 – Jerry Ordway
Os Maias – Eça de Queiroz
O stalker e a Patricinha – Francisco Scattolin
A relíquia – Eça de Queiroz
Nao verás país nenhum – Inácio de Loyola Brandão
Kentukis – Samanta Schweblin
A Saga do Superman 22 – Jerry Ordway
A Saga do Superman 23 – George Pérez
A Saga do Homem-Aranha 1 – Dennis O’Neil
A Saga do Homem-Aranha 2 – Alan Kupperberg
O homem que amava os cachorros – Leonardo Padura
As Fontes do Paraíso – Arthur C. Clarke
O Conselho – Rômulo Mafra
Há Cais – Magru Floriano
A Saga Do Superman 24 – Bob McLeod
Lendas Do Universo DC: Liga Da Justiça 4 – J.M. Dematteis
Lendas do Universo DC: Liga da Justiça 5 – J.M. Dematteis
Lendas do Universo DC: Liga da Justiça 6 – J.M. Dematteis
Lendas do Universo DC: Liga da Justiça 7 – J.M. Dematteis
Lendas do Universo DC: Liga da Justiça 8 – J.M. Dematteis
deus não dirige o destino dos povos – Marcelo Labes
Navalha – Demmétrio Panaroto
Cavalo de Tróia 1 – J. J. Benitez
Autobiografia de uma pulga – Stanilas de Rhodes
AstroCity 1 – Kurt Busiek
AstroCity 2 – Kurt Busiek
Planetary 4 – Warren Ellis
A Vênus das peles – Leopold Ritter von Sacher-Masoch
Trindade 1 – Matt Wagner
Trindade 2 – Matt Wagner
Trindade 3 – Matt Wagner
A polaquinha – Dalton Trevisan
O vampiro de Curitiba – Dalton Trevisan
A Imoral – Sophie Dallago
Odisseia Cósmica – Jim Starlin
A saga do Homem-Aranha 3 – Jerry Bingham
A saga do Homem-Aranha 4 – Bill Mantlo
A saga do Homem-Aranha 5 – Dennis O’neil
A saga do Homem-Aranha 6 – Dennis O’neil
Orquídea Negra – Neil Gaiman
A saga do Homem-Aranha 7 – Dennis O’neil
O corno de si mesmo – Marquês de Sade
Redemunho – José Vecchi de Carvalho
Três – Melissa Panarello
Algodão Doce – Lari Nolasco e Jaiane Beatriz

Família Borba!

dezembro 27, 2023

Bem, como são muitas informações novas (em relação a um post no Facebook), resolvi fazer outra publicação para demonstrar tanta coisa a mais na minha árvore genealógica dos #Borbas, onde, finalmente, consegui encontrar a ligação entre o meu ramo com o conhecido ramo na região do Silvestre de Borba Coelho (meu sétimo-avô), tido como um dos colonizadores da região da Praia Brava/Camboriú.

Silvestre nasceu em Biguaçu, região metropolitana de Florianópolis por volta de 1765, onde também nasceu (por volta de 1791) minha sexta-avó, Joanna Antônia da Trindade (que se casa depois com José Maria Cordeiro), filha da descendente de açorianos como o próprio Silvestre. Ele se casa com Ignacia Marianna de Jesus.

Mais tarde, vieram se estabelecer em Armação do Itapocoroy (Penha), mais especificamente na região onde hoje é a Praia Brava, em Itajaí — Itajaí ainda pertencia à Penha.

“Em 1814, no dia 11 de julho, Silvestre requereu sesmaria na Praia Brava, ao lado das terras que já possuía, que eram terras devolutas, alegando que tinha onze filhos para sustentar e as terras que possuía já não produzia o suficiente para o sustento de sua família. Dois dias depois, no dia 13 de julho, Silvestre requereu sesmaria no Rio Pequeno, afluente do Itajaí-açú, no atual município de Ilhota, onde haviam terras devolutas que estremavam, ao norte com as da viúva Mariana Dias e pelos outros lados com o rio Pequeno. (…)

“Silvestre faleceu no dia 02 de março de 1819, com 53 anos, na Praia Brava. Foi sepultado na Capela de São João Batista, em Armação de Itapocoroy, com as bênçãos do padre Bernardino José do Espírito Santo Ferreira.”

Então, vamos à árvore completa (do ramo Borba) que consegui graças às pesquisas no site FamilySearch o no blog do genealogista Telmo José Tomio, infelizmente, falecido em 2019.

1. Antônio de Borba Cabral e Mônica Mariana Rosa
2. Silvestre de Borba Coelho e Ignácia Mariana de Jesus
3. Joanna Antônia de Andrade e José Maria Cordeiro
4. Manoel Maria de Borba e Maria Ignácia de Jesus
5. Bernardino Maria de Borba e Francisca Maria Fagundes de Salles
6. João Bernardino de Borba e Maria Rosa das Neves
7. Paulo Bernardino de Borba e Amélia Miranda
8. Pedro Borba e Rute Campos da Silva
9. Rosimare Borba e Nivaldo Mafra
10. Rômulo Mafra

Agora, dois pontos interessantes que ligam os Borbas (da minha parte materna) e Mafras (parte paterna). Um deles é que há pelo menos DOIS casamentos anteriores entre os ramos dos Mafras e Borbas:

Anna da Silva Mafra e José Anastácio de Souza — este, bisneto da minha sexta-avó Joanna Antônia de Andrade, ela, neta do meu quarto-avô, José da Silva Mafra;

Maria Vieira Mafra Filha e Salustiano João de Borba, ele neto de meu quinto-avô Manoel Maria de Borba, ela, neta do meu quarto-avô, José da Silva Mafra.

O segundo ponto achei no blog do Telmo.

De acordo com que está publicado lá, meu trisavô João Bernardino de Borba foi batizado por José Cipriano Custódio e Veríssima Leonor da Cunha (meus trisavós pelo ramo dos Mafras), pais da minha bisavó Ana Veríssima Custódio, esposa do Francisco Celso Mafra.

A própria Veríssima Leonor Cunha era neta do meu quinto-avô Manoel da Silva Mafra. Enfim, o básico daquela época de casamentos entre primos e aparentados numa cidade tão pequena quanto era a Itajaí dos séculos XIX e começo do XX. ^.^

(Imagem do documento oficial dado a Silvestre de Borba Coelho pela sua sesmaria, em 1824)

As enchentes de 2023

novembro 20, 2023

Eu vivo estas situações de enchentes/alagamentos em Itajaí desde 1983/1984 quando lembro de sair de mãos dadas com minha mãe com água nas minhas pernas de criança de cerca de 7 anos e minha irmã menor nos ombros do meu pai.

Depois dessas grandes enchentes peguei as de 2008/2011 (mas não a de 2001). Nestas duas grandes, posso dizer que comecei a aprender sobre o processo destes fenômenos aqui na cidade.

E estas duas (até agora) de outubro e novembro foram mais duas para este aprendizado.

Não chegaram a ser enchentes na forma como usamos aqui.

Em outubro tivemos fortes alagamentos pelo Itajaí-açu. Já esta de novembro, foi prioritariamente o Itajaí-Mirim.

Penso que podemos chamar de enchente/inundação quando são os dois rios que afetam a cidade.

Ainda assim, quem sofre por uma ou outra, não quer saber de nomenclaturas.

E centenas de famílias em Itajaí (re)vivem novamente o drama de perder tudo ou quase tudo e, agora, começa a busca por culpados.

Os mais apontados são a defesa civil de Itajaí e Prefeitura de Itajaí, o que dá no mesmo.

Um dos motivos é de que teria havido um descrédito das previsões meteorológicas em outubro por muitos do governo.

Outro ponto seria de que não houve avisos suficientes ou bem divulgados.

Agora, aponto um dos principais problemas deste alagamento de novembro: A REPETIÇÃO de um problema “que não aconteceu”.

Sim, em outubro, a previsão era de uma GRANDE ENCHENTE que não aconteceu em Itajaí. O Itajaí-açu encheu, a parte norte da cidade foi bem atingida, mas, a região sul (e nem a parte central), por onde passa o Itajaí-Mirim, não.
Porém, em outubro o Itajaí-Mirim (em Brusque) chegou a 6m91 e o Itajaí-Açu (em Blumenau) 10m75. Já em novembro, Brusque registrou o Itajaí-Mirim com 8m96 e Blumenau 9m14.
E Itajaí é atingida pelos DOIS RIOS de cidades diferentes. Ou por um, ou pelos dois.

Esses alagamentos de novembro de 2023 me parecem que foram semelhantes aos de 2001. E nessa data, o Itajaí-Açu em Blumenau chegou a altíssimos 11m02! Infelizmente, não consegui até o momento os dados de Brusque em 2001.

E, mais um ponto. Em outubro, tivemos VÁRIOS DIAS para nos prepararmos. Nessa, de novembro, a chuva aconteceu EM UM DIA, na quinta-feira. Sexta, pouca chuva. Sábado de madrugada, a água que caiu MUITO FORTE pra cima de Brusque, chegou em Itajaí, e, aí o Itajaí-Mirim saiu da calha no final da madrugada de sábado e só desceu no final da tarde e começo da noite de domingo.

Mesmo com os avisos da Defesa Civil de Itajaí e prefeitura, muita gente achou que seria menor ou igual novembro. Ninguém quis dar muito crédito de que alagariam as partes baixas próximas aos rios da cidade.

Não descarto os problemas de comunicação do governo municipal. Mas, NO MEU ENTENDIMENTO, houve um cansaço da população, que em outubro tinha se preparado, tirado tudo de casa, para dias depois retornar com as coisas (e isso dá MUITO TRABALHO) e, que, agora, deixou a população inerte.

Há que se entender melhor o funcionamento dos nossos rios. Eu não sou especialista, só tento entender mais a cada evento climático que nos leva a este ponto. E, repito, estes eventos só se repetirão com mais frequência com o Aquecimento Global no qual já vivemos e só piorará.

Ainda, como há muitos anos, penso que deveríamos ter melhor trabalhado o sistema de cotas de enchentes em Itajaí. Inclusive, baseado nos níveis de rios em Brusque e Blumenau, nossas principais influências. E nisso, culpo nosso poder público que apenas faz um monitoramento local (e sim, avisa, faz os boletins, mas ainda não é o suficiente, principalmente quando vivemos eventos seguidos).

Precisamos de MUITO MAIS. Principalmente, uma DRAGAGEM do Itajaí-Mirim que poderia minimizar enormemente estas questões pontuais. Sem contar outros fatores, como um MOLHE (dique) na foz do Itajaí-Mirim, que, segundo estudos, melhoraria bastante o fluxo de água que desemboca no Itajaí-Açu na Barra do Rio (pag. 45 do “ESTUDO PREPARATÓRIO PARA O PROJETO DE PREVENÇÃO E MITIGAÇÃO DE DESASTRES NA BACIA DO RIO ITAJAÍ”), além de piscinões (naquela curva do Itajaí-Mirim próxima à Avenida Contorno Sul me parece um local que poderia ser transformado num “piscinão” para contenção de cheias) e barragens.

E, até agora, este estudo de 2011, não recebeu maiores (ou nenhum) investimentos das prefeituras e governo do estado de Santa Catarina. E aí, a gente sabe quem paga por isso, não é?

Foto de novembro de 2023 em Itajaí nos alagamentos do Rio Itajaí-Mirim

Família Adriano

novembro 1, 2023

Mais um amigo de longa data que descubro parentesco comigo! Agora, foi com o Rafaelo de Goes (e seu pai, Odécio José Adriano, que também é amigo meu), pela família Adriano. Já tinha essa desconfiança desde que achei um antepassado meu com o mesmo sobrenome, que não é tão comum e, por isso, despertou minha curiosidade. Ontem, finalmente lembrei de perguntar pra ele os nomes dos seus avós e bisavós. Após uma busca, no último nome da última avó, consegui achar nosso antepassado em comum: Adrianno Francisco Furtado e Anna Joaquina Pereira, casados em Biguaçu em 9 de janeiro de 1804.

O que é interessante é que o sobrenome “Adriano” se dá a partir desse nosso antepassado em comum, pois, nele e para além dele, o sobrenome Adriano não aparece mais (no caso, é Furtado o sobrenome dos ancestrais desse Adrianno, sendo seu antepassado seguinte Miguel Francisco Furtado, nascido em 1746 na Ilha da Graciosa, no arquipélago dos Açores).

Porém, a partir deste Adrianno, o nome dos filhos se repete como um sobrenome, no caso do ramo do Rafaelo, Manoel Adriano Furtado, tetra-avô dele e, do meu ramo, o quinto-avô José Adriano Furtado, nascido em 1805.

O ramo familiar do Rafaelo continua a partir de Manoel Adriano Furtado com Felício Manoel Adriano e Maria Baptista Buelens, José Felício Adriano e Maria Rosa Gaya, Manoel Felício Adriano e Isabel Flores Adriano, e, finalmente, o pai do Rafaelo, Odécio José Adriano (conhecido carinhosamente como China).

Já no meu ramo, após José Adriano Furtado e Carlota Aldina de Assis, vem João José Adriano e Francisca Luiza da Graça, Maria Francisca da Graça e Nicolau Coelho Simas, Pedro Nicolau Simas e Maria Carlotta Laguna, Benta Simas Mafra e Aristides Mafra, e, finalmente, meu pai, Nivaldo Mafra e Rosimare Borba Mafra.

E, cá nos anos 1990/2000 viemos a nos encontrar aqui em Itajaí, desde os anos 1800 lá em Biguaçu, pertinho de Florianópolis, quando nossos ancestrais em comum se separaram. É legal tentar imaginar se passaria pela cabeça desse nosso ancestral Adrianno Francisco Furtado se um dia dali mais de cinco gerações seus descendentes se encontrariam e fariam amizade em outra cidade tão distante (naquela época, cerca de mais de uma semana de viagem de carroça de Biguaçu até Itajaí) da sua Biguaçu? ^.^

nas fotos, Rafaelo e eu lá no Sarau Benedito que realizamos na Feira do Livro de Porto Alegre em novembro de 2008. Na outra, eu e Odécio (China) quando fomos pro Chile com o Coro Carpe Diem, em 2007.

Família Coelho

outubro 15, 2023

Tava hoje passeando no Instagram e vi a postagem da parte de uma #árvoregenealógica de um amigo que foi nosso vizinho nos 21 anos em que moramos ali na José Russi em Itajaí, o Aloisio Coelho Junior. Moravam em frente a nossa casa e nossos pais sempre foram muito amigos, inclusive, o Aloisio, que sempre chamamos de Junior, era bem próximo dos meus irmãos.

Então, vendo esta árvore, lembrei que não minha aparecia Coelho em algum lugar. Falei com ele e ele me mandou a árvore deles no FamilySearch. E aí, rapidinho, achei nosso antepassado em comum. O trisavô do pai do Júnior, José Coelho de Avilla é tetra-avô do meu pai. Nossos antepassados em comum só mudam, nessa geração, pela avó, que na deles é de outro casamento do José Coelho de Avilla.

Quem diria que vizinhos que moravam um em frente da casa do outro durante duas décadas seriam parentes tão próximos, né? ^.^

Parte da minha árvore:

José Coelho de Avilla e Maria Rosa Sousa Soares
Silvério José de Simas e Maria Rosa de Jesus
Nicolau Coelho Simas e Maria Francisca da Graça
Pedro Nicolau Simas e Maria Carlotta Laguna
Aristides Mafra e Benta Simas Mafra
Nivaldo Mafra e Rosimare Borba Mafra
Rômulo Mafra e Claudia Linck Reichel
Bernardo Linck Reichel Mafra/Alice Linck Reichel Mafra

Meus antepassados dos povos originários do Brasil

setembro 30, 2023

Nem só de europeus “vive” minha árvore genealógica. Meses atrás, dando mais umas pesquisadas na minha árvore no site FamilySearch finalmente achei meus ascendentes indígenas.

Distantes na 19ª geração, porém, creio que acharei ainda mais próximos — do meu avô paterno, ao qual ainda tenho pouquíssimas informações.

O meu antepassado indígena é o conhecido Cacique Piquerobi (c.1480-1562), da tribo dos Guayaná dos Hururahy. Ele era filho do Cacique Amyipaguana e sua mãe era NN Tibiriçá.

Piquerobi era irmão do famoso Tibiriçá, que se aliou aos portugueses e, anos depois, traindo sua gente, matou Piquerobi, quando Piquerobi tentou atacar os portugueses na Guerra de Piratininga.

Meu ramo segue com o também famoso português Antônio Rodrigues, o “Língua de Terra”, que chegou no Brasil em 1514 e se casou com uma filha de Piquerobi por volta de 1520. Segue a lista dos ascendentes a partir dele até minha avó Rute Campos da Silva Borba:

Antônio Fernandes e Antônia Rodrigues

Marcos Fernandes e Maria Affonso

João Missel Gigante e Isabel Gonçalves

Domingos da Silva e Maria Ribeiro de Alvarenga

Pedro Nunes de Pontes e Inês Domingues Ribeiro

Antônio Furtado de Alvarenga e Sebastiana Domingues de Pontes

Cap. Miguel de Eyró e Inês Domingues de Pontes

João Rodrigues de Eyró e Teresa Henriques

Tomás de Aquino e Joana Rodrigues de Eyró

Fernando José de Aquino e Joaquina Rosa de Jesus

Thomaz Fernandes de Aquino e Maria Francisca Roza (5º avós)

Manoel Fernandes de Aquino e Anna Maria Teixeira (4º avós)

José Campos da Silva e Maria Euphrazia de Aquino (3º avós)

Germano Campos da Silva e Custódia Silvéria da Silva (bisavós)

Pedro Borba e Rute Campos da Silva Borba (avó)

Na imagem, um quadro chamado “Um Rosto Para Piquerobi”, já que a única imagem que existia anteriormente, era feita com traços europeus, este quadro foi pintado há alguns anos em homenagem ao homem que também deu nome a uma cidade do oeste paulista e tentou lutar contra a invasão portuguesa.

Meus antepassados alemães

setembro 8, 2023

Já falei aqui sobre minha árvore genealógica, meus antepassados supostamente das realezas europeias, antepassados portugueses ou de líderes indígenas da época da invasão portuguesa em 1500.

Porém, tinha uma coisa que ficava me martelando: como todos os meus sobrenomes dos antepassados recentes sendo todos portugueses se tenho parentes tão claros? Dois irmãos que nasceram loiros e com olhos claros, minha mãe de olho claro, minha avó materna clara e de olhos claros e meu bisavô — pai dessa minha avó — que se chamava Germano (que obviamente significa “alemão”) e era muito claro e com os filhos também loiros.

Então, uns tempos atrás, quando consegui montar a árvore genealógica da parte materna (não toda ainda), vi que tinha um quinto-avô que aparecia o símbolo da bandeira da Alemanha. Mas não dei muita atenção. Então, ontem, resolvi tirar a dúvida. O nome dele era Luiz Miguel Frederico. Um nome nada alemão, inclusive. Mas, seu pai (meu sexto-avô), se chamava Konrad Michael, casado com Anna de Salva.

Após procuras infrutíferas nesse nome mais alemão, pulei pro Luiz Miguel Frederico (quinto-avô meu) e achei a história dele, primeiro emigrado para o Brasil da sua família em 1882 no “Johanna Jakobs” que chegou no Rio de Janeiro e que depois se dividiram em duas embarcações rumo a Santa Catarina. Segue o texto que encontrei numa página de genealogia da família Pacheco aqui do estado:

(…) Aqui [em SC] a primeira embarcação a chegar foi o brigue “Luiza”, no dia 07 de novembro, em seguida, no dia 12, o bergantim “Marques de Vianna”. Os colonos do Luiza foram mandados para a Armação da Lagoinha com a justificativa do estado de saúde dos passageiros, já os colonos vindos no Marquês de Vianna ficaram abrigados no Campo do Manejo, hoje Instituto Estadual de Educação. As promessas do Estado Brasileiro não se cumpriram imediatamente, fazendo com que o tempo de espera para a montagem de uma colônia demorasse meses, gerando angústia, incertezas e revoltas por parte dos colonos.

Os passos do colono Luiz [Miguel Frederico] podem ser perseguidos pelos rastros paroquiais deixados por ele e pelo seu sogro brasileiro: Francisco Antônio de Novais.

Novais, filho de imigrantes açorianos, nasceu em 1772 na Lagoa da Conceição. Ali casou com Tereza Rosa em 1806 e ali teve seus filhos com ela, entre eles Felisbina, nossa pentavó [ou quinta-avó, termo mais correto]. Com a morte de Tereza, Francisco Novais voltou a se casar, também na Lagoa, em 1820, com Rita, migrando alguns anos depois para a região de São José da Terra Firme.

Novais e sua família passaram a residir na região de Forquilhas onde estavam fixados quando da chegada dos colonos alemães em 1828/29. No início da década seguinte o imigrante alemão Luiz Frederico e Felisbina [Rosa de Jesus] se casam na Matriz de São José.

Seguindo os registros paróquias de batismos, óbitos e casamentos percebemos que o casal e a família do sogro frequentavam as mesmas paróquias nos mesmos períodos, indicando que havia certa dependência entre as famílias. Até 1836, quando Novais registrou a morte de um filho, as famílias moravam em Forquilhas, porém após 1839 os registros paroquiais de ambos já passaram a ser feitos na Matriz de São Miguel, onde nossos personagens já eram indicados como “moradores da paróquia”.

Luiz Miguel Frederico, o alemão, filho de Konrad Michael e Anna de Salva, passou a morar e criar seus filhos em Três Riachos [onde nasceu meu bisavô Germano Campos da Silva e minha avó Rute Campos da Silva Borba], região já tratada, não por coincidência, em outras histórias do ramo de Emília Maria de Campos [que imagino ser minha antepassada, pelo sobrenome Campos].

Francisco Novais morreu na região em 1847. Já o casal Luiz Miguel Frederico, o colono alemão, e Felisbina Rosa de Jesus deixaram suas marcas na região de Três Riachos/Biguaçu através dos sobrenomes “Miguel”, “Luiz Miguel” ou mesmo a variação “Luz”, disseminados pelos seus filhos: Manoel, João Luiz, Francisco, José Luiz, Domingos, Alexandrino, Joaquim, Maria Thereza, Joaquina, Alexandrina, Anna Rosa [minha tetravó], Luiza, Rosa e Thomazia.

O texto termina dizendo da estranheza do nome aportuguesado de Luiz Michael Frederico, que, provavelmente, e aí é minha opinião, devia se chamar Louis Michael Frederich (ou, quem sabe, Ludwig).

E, assim, mais um caminho nessa nevoenta estrada da genealogia vai se abrindo, inclusive, explicando até um pouco das características físicas dos meus familiares e até do nome do meu bisavô, que homenageava, provavelmente, seu avô ou/e bisavô materno — uma que estou tendo mais dificuldade é a partir da mãe do meu avô materno (Amélia Miranda, filha de Manoel Miranda e Anna Dias), que provavelmente descendia dos povos originários do Brasil.